Às vésperas do julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) que barrou a construção da Ferrogrão, projetada para ligar Mato Grosso ao Pará, o governador Mauro Mendes (União Brasil) se reuniu com quatro ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, e citou o crescimento futuro do agronegócio mato-grossense e a redução de poluentes como argumentos para a autorização da obra de infraestrutura. A agenda, nesta terça (30), envolveu os ministro Gilmar Mendes, Luiz Fux, Dias Toffoli e André Mendoça, além da comitiva composta por parlamentares de Mato Grosso, em uma tentativa de convencê-los quanto à importância da ferrovia.
"Mostramos a esses ministros o quanto essa ferrovia é mais barata para o transporte de grãos no Estado de Mato Grosso e, ambientalmente, é mais correta, porque vai emitir menos dióxido de carbono, menos poluição atmosférica e vai trazer mais competitividade para a economia do Estado de Mato Grosso", disse o governador.
Mauro reiterou que o Estado tem sua força econômica ligada à produção e exportação de grãos e que as projeções apontam crescimento do setor. Desta forma, será necessário contar com alternativas mais baratas para escoar a produção. Além disso, pontuou, os benefícios afetariam toda uma cadeia, gerando alimentos e empregos, reduzindo a emissão de poluentes e assegurando maior competitivade no mercado internacional. "Nos próximo anos vamos continuar crescendo no agronegócio mato-grossense e precisamos ter um meio de transporte mais inteligente e mais barato para fazer com que nossos produtos cheguem de forma mais competitiva a mais lugares do que os 100 países para os quais nós exportamos", completou.
A peça da ADI questiona a alteração dos limites do Parque Nacional do Jamanxim, no Pará, por meio da Lei 13.452/2017, para a implementação da ferrovia. O julgamento estava sem movimentação no STF desde março de 2021, após decisão liminar do ministro Alexandre de Moraes, que acatou o pedido de ADI, proposta pelo PSOL.