O deputado federal Abílio Brunini (PL) tratou de rebater as acusações de que teria sido transfóbico com sua colega de Parlamento, a deputada Erika Hilton (Psol), e prometeu aciona-lá na Comissão de Ética por calúnia e difamação, alegando que teve a "imagem e reputação destruída" em cadeia nacional. Além dela, ele afirma que "mais uns 50 parlamentares" devem ser acionados por terem se posicionado "favoráveis a uma mentira".
A afirmação de Abílio ocorreu na sessão deliberativa desta quarta-feira (12), na Câmara Federal, após o bolsonarista ser denunciado por Erika e a bancada do Psol à Comissão de Ética. O grupo pede a cassação do deputado mato-grossense.
Nervoso, Abílio usou a tribuna, negando ter proferido qualquer tipo de fala preconceitusa, embora colegas tenham afirmado ter ouvido do parlamentar que Erika estaria "oferecendo seus serviços" durante a sessão da CPMI que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro. Para ele,as acusações são mentiras que "não passarão em branco".
"Vocês acham que vai ficar barato me ofender? Não vai, não. Vai ser encaminhado para a Comissão de Ética, a deputada que usou a tribuna para falar de mim, a deputada que foi no Twitter postar mentira e fake news. Eu vou encaminhar, não vou passar pano", iniciou ele.
“Vocês acham que vai ficar barato me ofender? Não vai, não. Vai ser encaminhado para a Comissão de Ética, a deputada que usou a tribuna para falar de mim, a deputada que foi no Twitter postar mentira e fake news”
Além de Erika, outros 50 deputados federais e senadores estão na mira de Abílio, uma vez, que segundo o parlamentar, não teriam ouvido as suspostas falas transfóbicas e, mesmo assim, partiram para o "massacre" da sua imagem.
"Esses deputados que estão postando, me acusando de homofóbico, eu estou printando tudo, estou registrando tudo. Vai uns 50 para a Comissão de Ética. Porque calúnia, difamação, denunciação caluniosa, isso é crime. E vai pedir desculpa como? Vocês não tem vergonha não?", criticou.
O federal questionou ainda sobre quem irá retratar ou recuperar sua imagem, ao ter sido violentamente taxado como homofóbico e transfóbico. "Na hora que a perícia da Polícia [Legislativa] mostrar que não tem uma fala homofóbica minha, vai retratar como? Vai pedir desculpa como, depois de sangrar minha imagem na imprensa e nas redes sociais?", questionou.
"Tanto se debatia fake news no período do [ex-presidente Jair] Bolsonaro. Agora a esquerda cria narrativa, cria fake news, solta em todos os sites de notícias, em vários programas de TV, e depois de uma destruição de reputação, vai retratar como?", continuou.
Por fim, o deputado bolsonarista alegou que é alvo de perseguição por parte de Erika e afirmando que "tem amigos homossexuais".
"Eu não me lembro sequer de ter direcionado fala para ela. Na primeira vez critica minha camisa, na segunda vez, me persegue por algo que nem fiz. O que é que essa deputada tem comigo? Está me achando o quê? [...] Eu sou arquiteto e tenho inúmeros amigos homossexuais, inúmeros, arquitetos e professores, que eu respeito e, de repente, vem me mandar mensagem indignado, achando que eu tive uma conduta como essa", reclamou.
