08/08/2024 às 20h26min - Atualizada em 09/08/2024 às 00h01min
Cenário é preocupante e requer ações imediatas, diz analista sobre incêndios
O grande aumento dos alertas de incêndio e o recorde de focos de calor em julho desde 2018 representam um cenário preocupante, que requer ações imediatas de fiscalização e responsabilização de atividades ilegais que contribuem para o agravamento da degradação da Amazônia, principalmente na região de Colniza, no Nortão, avalia a analista em geotecnologia do Instituto Centro de Vida (ICV), Mônica...
O grande aumento dos alertas de incêndio e o recorde de focos de calor em julho desde 2018 representam um cenário preocupante, que requer ações imediatas de fiscalização e responsabilização de atividades ilegais que contribuem para o agravamento da degradação da Amazônia, principalmente na região de Colniza, no Nortão, avalia a analista em geotecnologia do Instituto Centro de Vida (ICV), Mônica Cupertino. "O aumento dos focos de calor na Amazônia, especialmente no município de Colniza, pode ser atribuído a várias causas interrelacionadas, como desmatamento, expansão agropecuária, garimpo e a extração ilegal de madeira, falta de fiscalização", afirma.
Mayke Toscano/Secom-MT
Segundo o levantamento do ICV, Mato Grosso registrou 2,4 mil alertas em julho deste ano, fechando o mês com recordes de focos de calor desde 2018. O número é 70% maior que o mesmo período do ano anterior. Colniza foi o município que apresentou mais focos, com 537. Em seguida aparecem Campinápolis, Tangará da Serra e Vila Bela da Santíssima Trindade. De acordo com a especialista, o crescimento dos focos de calor na Amazônia mato-grossense em julho de 2024 é consistente com o cenário geral da Amazônia. No entanto, em Mato Grosso, há uma evidente concentração de focos de calor no município de Colniza. "Especificamente em Colniza, esses fatores são exacerbados pela presença significativa de atividades agropecuárias e madeireiras. O município tem uma grande extensão territorial e áreas remotas, o que dificulta a fiscalização e permite que práticas ilegais ocorram sem muita interferência", explica. Conforme afirma Mônica, além dessas pressões antrópicas, as mudanças climáticas têm contribuído para a piora deste cenário na Amazônia, que tem experimentado períodos de seca mais longos e intensos, aumentando o risco de queimadas. Ao contrário dos anos anteriores, a maior incidência de focos em 2024 foi na Amazônia. Foram registrados 1.474 focos de calor no bioma, o que corresponde a 60% em relação ao mesmo período do ano anterior. Nos outros anos, a maior parte foi no Pantanal, que em 2024 teve apenas 5% dos focos. Já o Cerrado não teve mudança expressiva no número de focos. AMAZÔNIA MATO-GROSSENSE Cenário é preocupante e requer ações imediatas, diz analista sobre incêndios Cenário é preocupante e requer ações rápidas, diz analista sobre incêndios O número de focos de calor em julho é o maior registrado no mês desde 2018; Colniza lidera ranking
