03/05/2023 às 11h51min - Atualizada em 03/05/2023 às 18h34min
Wilson aceita ser "convocado" pelo MP: "Se soubesse nomes, eu diria"
Rodinei CrescêncioNo centro de polêmica, o deputado estadual Wilson Santos (PSD) nega que saiba o nome parlamentares que supostamente teriam sido eleitos com a ajuda do crime organizado e/ou que tenham "defendido" a pauta dos criminosos dentro da Assembleia.Wilson ressalta que apenas o ex-secretário de Segurança Pública (Sesp), Alexandre Bustamante, poderá dizer quem são os envolvidos nesta situação. Ontem...
No centro de polêmica, o deputado estadual Wilson Santos (PSD) nega que saiba o nome parlamentares que supostamente teriam sido eleitos com a ajuda do crime organizado e/ou que tenham "defendido" a pauta dos criminosos dentro da Assembleia.
Wilson ressalta que apenas o ex-secretário de Segurança Pública (Sesp), Alexandre Bustamante, poderá dizer quem são os envolvidos nesta situação. Ontem o Ministério Público abriu investigação sobre o tema após o deputado mencionar a situação durante entrevista a um site da Capital.
"Se eu soubesse, até pela coragem que eu tenho, diria os nomes. Mas eu não tenho os nomes. Quem tem é o ex-secretário de Estado, Alexandre Bustamante. O Ministério Público, pode ter certeza, que assim que convidado ou convocado, pode marcar dia e hora que eu estarei lá pronto para contribuir", disse Wilson, nesta terça-feira (2), em seu programa na TV.
A polêmica começou após Wilson dizer que foi barrado em dois bairros da Capital, durante as eleições do ano passado, e que teria procurado ajuda de Bustamante. Na ocasião, o então secretário teria dito que outros parlamentares também haviam o procurado, mas para pleitear facilidades para os líderes de facções presos no estado.
"Não prevariquei" Neste sentido, WS reiterou que não prevaricou ao ter sido intimidado e impedido de realizar sua campanha: "No seguinte, eu procurei secretário, era o meu dever como parlamentar, e eu não podia prevaricar diante de uma ameaça dessa".
No entanto, ao reafirmar que na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), teriam deputados eleitos pelo crime organizado, atraiu para si o foco do MP, do governador Mauro Mendes (União Brasil) e do comandante-geral de Polícia Militar, Alexandre Mendes, que cobraram os nomes dos parlamentares que supostamente atuam em favor do crime, diante da denúncia grave.
O político se defendeu dizendo que a criminalidade tem construído um império e de fato, um "Poder Paralelo" , quando o Estado não atua com educação de qualidade, saúde e trabalho social, ou seja, o problema é mais profundo.
"O pano de fundo desta questão é mais grave, a verdade é que o crime organizado está formando um estado paralelo, poderoso, fortíssimo e com muito dinheiro. Impondo a sua vontade principalmente junto a comerciantes e a pessoas da periferia, porque isso acontece? Porque há vácuo, ausência do estado", concluiu.
MP abre investigação O Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco) do Ministério Público Estadual (MPE) instaurou investigação preliminar para apurar a declaração feita pelo deputado sobre a existência de uma suposta "aliança" de deputados estaduais com facções criminosas.
O coordenador do Naco, promotor de Justiça Marcos Regenold Fernandes, afirma que, embora não tenham sido identificados os agentes políticos supostamente envolvidos, as condutas aviadas se amoldam ao crime envolvendo organização criminosa disciplinado pela lei.