17/05/2023 às 09h09min - Atualizada em 17/05/2023 às 16h21min
Lula embarca com destino ao Japão para reunião de cúpula do G7
Avião com comitiva do presidente deixou base aérea na manhã desta quarta-feira (17). Lula só deve chegar a Hiroshima na manhã de sexta (19); viagem tem escalas no México e nos EUA.
Avião com comitiva do presidente deixou base aérea na manhã desta quarta-feira (17). Lula só deve chegar a Hiroshima na manhã de sexta (19); viagem tem escalas no México e nos EUA. Lula embarca para viagem ao Japão TV Globo/Reprodução O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarcou na manhã desta quarta-feira (17) em viagem com destino a Hiroshima, no Japão, para participar da reunião de cúpula do G7. O avião com a comitiva presidencial decolou da base aérea de Brasília por volta das 9h. A chegada ao destino, no entanto, só deve ocorrer na manhã de sexta (19). O avião fará duas escalas: uma no México, onde está previsto pouso nesta quarta às 14h35, no horário local (17h35 no horário de Brasília); outra em Alasca, nos Estados Unidos, onde o avião deve chegar às 21h30, no horário local (2h30 no horário de Brasília). A partida do Alasca para Hiroshima está prevista para 23h desta quarta, no horário local (4h, no horário de Brasília). A viagem ao Japão marca o retorno, após 14 anos de ausência, de um presidente do Brasil no encontro com líderes dos países mais ricos do mundo. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, desde 2009, quando o próprio Lula esteve na cúpula realizada na Itália, o chefe de Estado brasileiro não participa de uma reunião do G7. Lula foi convidado pelo primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida. O Japão ocupa a presidência rotativa do bloco, formado por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. A União Europeia também está no grupo. O Brasil participa na condição de convidado, assim como a Austrália, as Ilhas Comores, Ilhas Cook, Índia, Indonésia, República da Coreia e o Vietnã, além de representantes das Nações Unidas, Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial, Agência Internacional de Energia, União Europeia entre outras organizações. Lula e Zelensky em vídeo chamada sobre planos de paz RICARDO STUCKERT (PR) Temas em debate Entre os assuntos que serão discutidos na cúpula, estão as prioridades colocadas pela presidência japonesa, como a guerra na Ucrânia, o acompanhamento da inflação nas economias do mundo e temas como: Enfrentamento das vulnerabilidades dos países de média e baixa renda por conta da crise da dívida Aceleração de ações voltada à mudança do clima e da transição energética Ajuda internacional para obtenção do equilíbrio energético Fortalecimento da arquitetura internacional no campo da saúde pública Além destes assuntos, o Itamaraty informou que Lula abordará temas que têm defendido em reuniões internacionais, como a questão do desenvolvimento econômico, social e sustentável dos países em desenvolvimento e a necessidade de pensar em formas para alcançar a paz para superar conflitos existentes. Reuniões bilaterais O primeiro dia de Lula no Japão será dedicado aos encontros bilaterais com Índia, Indonésia e Japão. Segundo o Itamaraty, outros países também pediram reuniões reservadas com Lula, mas os encontros ainda dependem de conciliação de agendas. O governo tenta fechar as agendas para uma reunião entre Lula e o presidente da França, Emmanuel Macron. Segurança alimentar Um dos documentos que deve ser divulgado como resultado da cúpula diz respeito à segurança alimentar no planeta. A guerra na Ucrânia deve ser abordada neste contexto, já que o conflito desencadeou uma crise alimentar. O Itamaraty informou que o Brasil quer que o texto final do documento foque na insegurança alimentar e negocia uma "linguagem compatível" com a posição do país em relação ao conflito na Ucrânia. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já disse que a Ucrânia – que foi atacada e invadida pela Rússia – tem responsabilidade pelo início do conflito. Lula também afirmou que União Europeia e Estados Unidos prolongam o conflito, o que foi interpretado por autoridades internacionais como a reprodução da visão russa sobre a guerra. Depois da repercussão negativa, o presidente negou que tivesse igualado Rússia e Ucrânia e disse que "todos nós achamos que a Rússia errou". Lula há meses tenta se apresentar como um possível mediador para um acordo de paz, o que ainda não se efetivou. O assessor-especial do petista, Celso Amorim, já discutiu o tema com os presidentes Vladimir Putin (Rússia) e Volodymyr Zelensky (Ucrânia). No Reino Unido, Lula diz que rei Charles III pediu preservação da Amazônia em conversa Agenda no G7 O presidente Lula vai participar das três sessões de trabalho em Hiroshima, programadas para os dias 20 e 21 de maio. No sábado (20), Lula participará do encontro intitulado "Trabalhando para enfrentar crises múltiplas, incluindo alimentação, saúde, desenvolvimento e gênero". No mesmo dia, estará na sessão denominada "Esforço comum em prol de um planeta sustentável e resiliente, incluindo, clima, energia e meio ambiente". Entre as duas sessões, será realizada uma fotografia oficial dos chefes de estado que participam da cúpula. No domingo (21), o presidente participará da última sessão de trabalho intitulada "Na direção de um mundo próspero, estável e pacífico". Também está programado para o domingo uma cerimônia de depósito de flores no Memorial da Paz de Hiroshima. Agenda internacional Esta é a fará sua sexta viagem internacional de Lula, a segunda à Ásia, desde o início do terceiro mandato como presidente. O petista já viajou para: Argentina e Uruguai Estados Unidos China e Emirados Árabes Portugal e Espanha Reino Unido Lula, que já visitou os três principais parceiros comerciais do Brasil (China, EUA e Argentina), investe em discursos sobre a necessidade de fortalecer a democracia, de combater à fome e à desigualdade, de mediar a paz na Ucrânia e de encontrar um modelo de desenvolvimento para Amazônia que preserve a floresta e gere emprego e renda aos moradores da região. O presidente tem repetido que essas viagens integram o processo de retomada das relações do Brasil com países e organismos internacionais após os quatro anos de isolamento da gestão de Jair Bolsonaro. Neste contexto, o convite para participar da cúpula do G7 foi visto no governo como sinal de prestígio de Lula. Também pesou o fato de que o Brasil assumirá neste ano a presidência do G20, fórum que reúne as principais economias do mundo. Temas debatidos no encontro do G7 devem ser tratados também no G20. O Brasil em cúpulas do g7 Esta é a sétima participação de Lula em uma cúpula do G7. As demais foram nos primeiro e segundo mandatos: 2003: Cúpula de Évian-les-Bains, a convite da França; 2005: Cúpula de Gleneagles, a convite do Reino Unido; 2006: Cúpula de São Petersburgo, a convite da Rússia (então membro do G8); 2007: Cúpula de Heiligendamm, a convite da Alemanha; 2008: Cúpula de Hokkaido, a convite do Japão; 2009: Cúpula de L’Aquila, a convite da Itália; 2023: Cúpula de Hiroshima, a convite do Japão.