O Ibovespa fechou em alta de 0,41% nesta quinta-feira (23), aos 107.592 pontos, após dois pregões de queda (incluindo uma baixa de 1,85% na véspera), com ajuda da Petrobras (PETR3;PETR4) e dos frigoríficos – que, nos últimos dias, registraram fortes baixas.
As ações ordinárias e preferenciais da petroleira subiram, respectivamente, 3,73% e 3,07%. As ordinárias da JBS (JBSS3) e da Minerva (BEEF3) ganham 5,53% e 3,51% na sequência. No primeiro caso, a recuperação vem após uma recuperação do petróleo após dias de queda com o temor de recessão nos Estados Unidos em meio à visão de alta mais forte dos juros no radar. No segundo, as empresas retomam um pouco depois de sofrerem por notícias como a do caso de vaca louca no Pará.
“Destaque fica para JBS, que apresentou forte demanda pelos papéis abaixo dos R$ 18 e para a Petrobras, que segue com valuation atrativo e que acompanhou a alta do petróleo. Ambas tiveram ganhos expressivos na sessão de hoje e ajudaram a segurar o Ibovespa no positivo”, explica Leandro De Checchi, analista de Investimentos da Clear.
Para Luiz Adriano Martinez, gestor de renda variável da Kilima Asset, há uma movimentação de fluxo, com investidores mais “de olho no micro do que no macro”.
A curva de juros brasileira, que vinha sendo pressionada nos últimos dias pelo que é visto no exterior, hoje teve uma “folga”. Apesar de os DIs para 2024 terem fechado estáveis, a um taxa de 13,39%, o restante da curva caiu em bloco. Os DIs para 2025 perderam cinco pontos-base, indo a 12,61%, bem como os para 2027, que foram a 12,87%. Os contratos para 2029 e 2031 recuaram, respectivamente, cinco e sete pontos, a 13,24% e 13,39%.
“Acho que o pessoal está, de qualquer forma, vendo o cenário com mais cuidado. O mercado está um pouco sem liquidez e sem grande apetite ao risco. A maior aplicação tem sido em dólares, com o carry trade [pegar dinheiro em outros países com taxas de juros mais baixas e aplicar no Brasil] bem forte, e nós estamos observando um descompasso considerável entre o câmbio e a Bolsa”, comenta Francisco Levy, estrategista-chefe da Empiricus.
O dólar hoje caiu 0,64% frente ao real, a R$ 5,136 na venda e a R$ 5,135 na compra. No exterior, a moeda americana ficou estável frente às divisas de países desenvolvidos, com o DXY fechando estável, nos 104,56 pontos.
Por lá, o dia também foi de recuperação após fortes quedas, que se estenderam desde a ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) e da divulgação de dados macroeconômicos como a inflação ao produtor – que ajudaram a reforçar a tese de que a autoridade monetária terá que manter os juros mais altos para segurar a inflação. O Dow Jones subiu 0,33%, o S&P 500, 0,53%, e o Nasdaq, 0,72%.
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